Friday, July 28, 2006

Alegrias, tristezas, raiva, encontros e desencontros, visões do que ocorre ao meu redor, planos futuros ... tudo se funde em minha cabeça em poucas horas.

Uma alegria
Tive a alegria de ver um artigo meu que saiu numa revista dedicada à tradução médica, Panace@.

Quem quiser, pode dar uma espiada em
http://www.ouso.blogspot.com/

Uma grande tristeza
Ver minha amiga de infância Caty se despedindo da vida. Caty foi fundamental no traçado de minha vida.

Começamos nossa amizade aos 13 anos. Naquela época, outras meninas do mesmo grupo de filhos de judeus alemãos me olhavam com desdém... eu era a mais pobre de todas.
Os pais da maioria haviam conseguido se estabelecer bem no Brasil e "fazer a América".

Meu pai, apesar de ser um homem inteligentíssimo, nunca se deu bem em negócios, como a maioria o fez.

Mas Caty era uma das raríssimas que me aceitou bem e nos tornamos amigas e confidnetes... Horas a fio batendo papos durante anos a fio.
Essa amizade perdurou por toda a vida, apesar de termos tomado caminhos tão diferentes. Caty se tornou uma especialista de renome em literatura norte-americana e foi morar nos EUA.

Quando já moças feitas, conheci meu primeiro marido (Charles) por intermédio de Caty. Ela foi minha madrinha de casamento. Por isso digo que Caty foi fundamental nos aspectos mais lindos de minha vida: se não fosse por ela, não teria me casado com Charles e nem teria as duas filhas maravilhosas que tive com ele. As filhas das quais tenho um orgulho imenso.

Agora Caty está se despedindo... e deixando muitas saudades. Um câncer fulminante está levando minha amiga e me deixando com muitas saudades.

Raiva... muita raiva
Raiva dos médicos que tentam fazer manobras estóicas para salvar minha amiga, sem enxergarem que estão apenas prolongando o sofrimento dela. Caty está lúcida e com pouco mais do que 30 kg. Tem sofrido tanto... e há tantos meses... Já não tem estômago... os alimentos estão saindo pelo dreno... começou agora uma septicemia.

Porque esse orgulho dos discípulos de Hipócrates em mostrar que podem prolongar a vida, custe o que custar, quando está evidente que nada mais há a fazer? Por que não sedam minha amiga e deixam-na partir em paz?

Não estaria na hora da medicina ter um novo foco? Oferecer qualidade de vida e minorar sofrimentos não seria mais razoável, quando nada mais há a fazer?
O câncer já se espalhou por todos os lados. Por que relutam em enxergar que nada mais há a fazer?

4 comments:

Bia Singer said...

Mamita, entendo sua raiva e angústia... A luta dos médicos é uma luta perdida, porque não há como trazer a Caty de volta, né? A única coisa que podemos fazer é pensar nela, lembrar dos tempos bons que ela viveu com você e torcer para que a passagem seja tranqüila. Tenho certeza que ela, mesmo lá longe, vai sentir seu amor.

Te amo, minha linda!

Anonymous said...

Oi Lúcia,
Muito bonita a tua mensagem sobre a Caty. Concordo que ela teve uma participação importante nas nossas vidas.
Bjs,
Charles

Anonymous said...

MÃE,

Anonymous said...

mãeeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!!

que lindo!
te amo!
Joaninha.