Tuesday, August 08, 2006

Conversas - Observações - Minhas filhas... meu orgulho

Desde que entrei na casa dos 60, pilho-me a pensar mais e mais na idade. Não tanto na velhice em si, mas na idade que avança e no que ela acarreta, física, intelctual e emocionalmente. Estou às vésperas de completar 63 anos.... Pois é, outro dia estava conversando com a Regina Alfarano, uma colega e amiga muito engraçada e com que me dou ultra-bem. Estávamos papeando sobre as mudanças que vêm ocorrendo em nossos corpos com o passar dos anos. Eu comentei que é sabido que todos começam a ficar mais baixos após os 40. Os 40 já se passaram há um bom tempo para nós duas eu disse a ela que da última vez que fui ao médico fiquei atônita! Em vez dos meus 165 a 166 cm ele disse que eu media 162 cm! Aí ela se saiu com essa...

- Menina! E não é que eu venho percebendo que o chão tem estado cada vez mais próximo de meus olhos!

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Moro no Itaim, onde tudo pode ser resolvido a pé, tudo é pertinho, inclusive meu escritório. Começo a achar uma grande bobagem manter um carro que fica a maior parte do tempo na garagem de casa. Com o dinheiro da venda do carro rendendo mais de 1% ao mês e sem as despesas de IPVA, seguro, gasolina/álcool, revisões periódicas, estacionamentos, etc. posso muito bem pegar um táxi quando necessitar e ainda vai sobrar uns trocados. Além do mais, tenho me acostumado cada vez mais a caminhar, sempre que possível.

Conversando com Graça, psiquiatra e amiga querida, comentava sobre esse plano de vender meu carro.

Continuamos a conversar e contei a ela que havia começado um blog e que de vez em quando gostava de colocar por escrito o que vejo, o que gosto, o que penso e tantas coisas mais.

E o papo continuou por um bom tempo, sobre uma série de coisas. Mais adiante estava comentando que embora eu tenha duas mãos esquerdas para desenhar ou para artesanatos, sempre tive vontade de fazer coisas bonitas. Disse que como sei que jamais conseguiria desenhar algo decente, e que não se parecesse com uma garatuja (como minha própria caligrafia), estava querendo aprender a fazer colagens. Tenho boas idéias e, modéstia à parte, bom gosto... e quem sabe esse tipo de coisa daria certo comigo e preencheria esse desejo de “fazer coisas bonitas” com minhas próprias mãos.

E contei ainda que vinha tentando achar mais tempo para cuidar de mim mesma e de fazer as coisas que gosto: tempo para hidroginástica, Pilates, massagens, escrever, dedicar mais tempo para minhas leituras, deixar minha casa gostosa, viajar...

Graça, com toda a sua perspicácia, abriu meus olhos para algo que nem havia passado pela minha cabeça... Disse ela: “Você sabe o que está acontecendo com você, Lúcia? Você está mudando o foco de sua vida. Em vez de somente fazer coisas que podem ser aversivas, você está tentando ter uma vida mais prazeirosa. Você não está atualmente trabalhando para sustentar (ou ajudar a sustentar) uma família, mas sim porque gosta de traduzir e do contato com seus clientes e colegas. Você não está fazendo hidroginástica apenas porque tem que fazer, mas sim porque este se tornou um momento gostoso para vc.” E assim foi ela demonstrando o que vem acontecendo. Não sei, não... mas talvez tudo isto tenha a ver com a idade.

Pois é, Graça, você soube juntar todas essas migalhinhas de vida e mostrar algo que ninguém, nem eu mesma conseguia enxergar.

Não posso me queixar da vida. Como assim, dirão alguns? Só os tolos se consideram felizes e acham que a vida é boa. . Razões para eu considerá-la boa? Tenho-as de sobra. Filhas maravilhosas, marido bom e compreensivo, boa saúde, bonitona, amigos fiéis, meu próprio trabalho me dá prazer, faço um monte de coisas que gosto de fazer ... e pretendo fazer ainda mais... Então, isso não basta?

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Minha filhas... meu orgulho

Tenho imenso orgulho de minhas pimpolhas, Joaninha e Bia.

São duas pessoinhas lindas, de caráter, inteligentes .. e olhe que não sou coruja! J

Joaninha vai de vento em popa em sua carreira, pacientes não lhe falta, e esta semana será a inauguração de seu novo consultório. Isso mesmo sexta-feira, Joaninha do alto de seus 28 anos, já com um mestrado na mão irá inaugurar, com seus sócios, seu consultório que faz parte do Paradigma, um núcleo de análise do comportamento e de formação do profissional para a atuação em várias áreas da Psicologia.

Bia, a considerada a "netinha de Alberto Dines" trabalhou durante anos para o Observatório da Imprensa antes de se mudar para a Inglaterra. Embora continue trabalhando para a Wolters Kluwer em Londres, vez por outra pega algum trabalho como "freelancer" para o Observatório da Imprensa. Na semana passada ela escreveu um artigo escelente, que que revelou mais uma vez toda a sua perspicácia. Quem quiser, veja!

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=392MON019

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=392MON020

Então... acho que não é à toa que tenho um orgulho imenso de minhas filhas!

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