Saturday, September 09, 2006

Algumas de minhas peripécias desta semana... Só algumas... quase impossível contar tudo
Na segunda- feira rumei para Leicester Square (onde é possível comprar ingressos de teatro mais barato) para comprar ingressos para ver Sinatra. Comprei... ou melhor... acho que comprei... vejam mais adiante o que aconteceu ... Depois fiz um passeio pela região de Leicester Square, o pedaço de Londres onde há mais teatros por metro quadrado que já vi em minha vida. Por outro lado, por ser uma região com muitos turistas, é muito americanizada, pois só havia Burger King, Pizza Hut, Starbook Café, Friday’s, e todo a parafernália de restaurantes norte-americanos. Estiquei minha caminhada até Picadilly Circus (onde fica a famosa estátua de Eros), uma caminhada por Picadilly Road, uma rua cheia de “archades” centenáriaa e podres de chique, e depois, de volta fui a Covent Garden.
Covent Garden é uma região muito interessante. Lá acontece todos os dias um mercado de antiguidades, de objetos usados e de artesanato. No mesmo pátio do mercado, artistas mostram seus talentos: comediantes, cantores... enfim... é diversão para uma tarde inteira.

Voltei para casa exausta e como sempre feliz. Bibinha chegou e depois Flávia e eu acompanhamos Bia e assistimos o treino de natação dela. Apesar de ter ficado um tempo sem nadar, ela continua ultra em forma! Até o treinador dela (um bonitão) comentou isso!


Terça-feira, 6 de setembro – Havia decidido andar pouco pois sabia que iria ao teatro à noite e queria ter um dia mais calmo. Fiquei em casa pela manhã e tive a experiência de lavar o banheiro, coisas que não fazia há muitos anos... Pois é, no primeiro mundo temos que abrir mão de certas regalias do terceiro...

Decidi que iria apenas a Brick Lane, uma área tipo Bom Retiro, onde também no passado era reduto de judeus e se tornou uma área de exposição de novos estilistas, ainda sem fama, por isso com precinhos “acessíveis” (digo isto entre aspas por ser acessível do ponto de vista dos britânicos). Peguei o metrô para Whitechapel, onde pretendia trocar de linha para ir até a estação segunte, Shoreditch, que fica na boca de Bricklane. Desci em Whitechapel e qual não foi minha surpresa ao ver um cartaz que a linha para Shoreditch estava desativada. OK... vamos a pé e aproveitarei para saber ocomo é Whitechapel. Ao sair da estação do metrô, vi que havia aterrisado na terra dos muçulmanos! Havia um mercado bem em frente que vendia aquelas roupas de muçulmanos e indus. Um festival de cores, mas como praticamente não havia pessoas brancas por lá... decidi andar rapidinho até Brick Lane. Uma baita caminhada... Lá chegando reparei que as primeiras quadras de Brick Lane são ainda de muçulmanos, muitos de Bangladesh. Inúmeros restaurantes, por sinal com aparência limpíssima, oferecendo comida típica da Índia e de Bangladesh. Infelizmente ainda não estava com fome, caso contrário teria experimentado. À medida que caminhava por Brick Lane, e a partir de uma antiga cervejaria que lá existe, começa a parte mais estilo Bom-Retirense. Havia coisas interessantes, mas apenas para mocinhas e bem magrinhas ... Nada para uma sessentona manequim 44-46... Após Bricklane encaminhei-me para o metrô em Liverpool Station, pois não vi nenhum ônibus que fosse para as bandas que eu conheço.

Já que estava no metrô que passaria por Notting Hill, desci ali e dei uma voltinha. Como estivesse cansada resolvi voltar para casa. Li um pouco, cochilei mais um pouco e então Bia chegou para irmos ao teatro... ver Sinatra.... ao menos foi isso o que planejamos.


Dirigimo-nos então a Leicester Square para assistir o mjusical sobre a vida de meu cantor preferido. Antes fomos jantar num restaurante Thai em Leicester Square. Que delícia de comida! Mas ... de repente... eu comecei a sentir uma baita coceira na garganta e Bia começou a esfregar o narizinho que estava coçando. Nós duas começamos a tossir e TODAS AS PESSOAS DO RESTAURANTE TAMBÉM. Foi hilário. Por que? Porque o casal na mesa ao nosso lado pediu um prato com algo “spicy” que fez todo mundo começar a tossir compulsivamente. Parecia uma comédia. Após o jantar nos dirigimos ao teatro...e quando lá chegamos, seguindo o mapinha que dão para a gente ao vender os ingressos .... era o teatro onde estava passando C hicago! Eu havia comprado errado. Em vez de Sinatra comprei Chicago. Dá para vocês sacarem o porque disso? Porque uma das músicas mais famosas de Sinatra é Chicago... e aí... para eu errrar foi uma palavra só... Bem, de qualquer forma assistimos a Chicago e valeu a pena mesmo!!! ESPETACULAR. A artista que faz o papel de Roxy é uma ruivinha que lembra MUITO a Joaninha. Uma comediante nata!

Na quarta-feira, não tive dúvidas. Voltei a Leicester Square e comprei os ingressos para assistirmos Sinatra no sábado.


Quinta-feira – Minha colega tradutora e amiga, Ana Luiza me ciceroneou por um bando de lugares, a maior parte não muito visitados por turistas. Inicialmente fomos à região dos “Inns of Court”, a região das cortes, leis e advogados, com edifícios do século XV. Há advogados e advogadas por todos os lados. Livrarias sobre direito, roupas apropriadas para advogados e até as perucas que eles ainda usam na corte.

Na mesma região visitamos Temple Church, construída pelos templários no século XIII e que hoje faz parte do roteiro turístico do Código da Vinci...

Visitamos ainda a St. Bride’s Church, a igreja dos dedicados às letras, em cuja cripta há resquícios de igrejas anteriores, que ali existiram. Foi nessa região, em especial na Fleet Street, que teve o início da imprensa britânica e onde os primeiros jornais e editores se instalaram. Almoçamos em um pub muito interessante, que havia sido um banco. O porão, onde ficam os banheiros, era o local dos cofres! Realmente vale a pena visitar esses banheiros.

Nessa mesma região visitamos o Sir John Soane’s Museum. Uma casa inacreditável! Soane foi um famoso arquiteto (ele projetou o prédio do Bank of London) e legou sua casa à nação, com a condição de que nada poderia ser alterado. Ele foi um catador de obras de arte, excentricidades, utilidades e inutilidades. A casa está literalmente forrada de obras de arte, das mais variadas origens. O prédio em si já vale a visita, com suas clarabóias por onde a luz é filtrada das formas as mais surpreendentes. Cheia de surpresas, como por exemplo uma porta coberta por um quadro e que se abre para outro quadro. No chão do porão está um enorme sarcófago egípcio.

Depois de tudo isso, nada mais justo que tomarmos um bom café com bolo. Fomos ao Nero Café (uma rede conhecida de cafés), pedimos dois cafés e duas fatias de cheese cake, e começamos a nos deliciar enquanto continuamos nossos papos. De repente vejo Ana se levantar rapidamente e olhar ao seu redor pelo chão.... a bolsa dela havia sumido. Logo em seguida ela bateu com os olhos na bolsa, já no chão, debaixo da mesa ao lado. Ela calmamente disse “Sorry , this is my bag” enquanto o cara da mesa ao lado saia rapidinho do café. Pois é, em terras da rainha também temos que ficar atentos às bolsas e bolsos....

Depois do episódio vimos como os ricos vivem, dando uma passada em Fornum & Mason, uma das lojas mais exclusivas de Londres, dedicada apenas a objetos de decoração de casa e artes. Passeamos a seguir mais um pouco, atravessando o St. James Park e em seguida o Green Park, passamos em frente ao Palácio de Buckingham e rumamos para Victoria Station. Mais uma passadinha na seção de “groceries” do Marks & Spencer...e nos despedimos para um novo encontro na semana que vem. Cansada e feliz.

Encontrei Bibinha e decidimos comer com Flávia no Mamagawa, deliciosa rede de comida oriental. Quem sabe a melhor comida oriental que já experimentei em minha vida, por um preço razoável.

Vou deixar para contar o fim de semana mais adiante.

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