Tuesday, August 22, 2006

Felicidade

Sinto-me tão feliz nesses últimos dias, que tenho até medo de olho gordo... Sei lá se existe ou não. Será?

Quarta-feira... encontrei-me com Celi, Eva e Vera. Três amigas... não, elas não são minhas amigas. São minhas três irmãs. Trabalhamos juntas na USP durante mais de vinte anos. A vida universitária foi boa, mas depois de me aposentar o que mais sinto falta é da companhia constante de minhas três irmãs. Como sempre falamos de tudo e até esquecemos da hora... Falamos da vida na Universidade, falamos sobre nós mesmas, sobre o que lemos e vimos, trocamos confidências e dicas, e falamos bastante sobre homens, maridos e ex-maridos.

Na sexta-feira resolvi dar um pulo no ateliê do tal do Tide Hellmeister... e continuei a babar as obras dele. Acho que ao voltar da viagem vou fazer uma pequena loucura e comprar uma de suas obras.

Troquei breves palavras com Hellmeister e fui informada que, a partir de outubro, ele pretende formar pequenos grupos e ensinar sua arte de colagens. Bem que eu gostaria de fazer esse curso, mas temo que esses cursos sejam muita areia para meu caminhãozinho. Afinal ele já participou de Bienais e tem o nome feito como artista. Acho que devo começar com um curso mais básico, daqueles voltados para bugres em artes plásticas, como eu... Gostar ou querer é uma coisa, poder é outra. Nem me venham com essa estória de querer é poder...

Outra coisa que contribuiu para me sentir feliz foi ter falado com Caty e sentido sua voz firme, como em outros tempos. Ela me pareceu bem menos deprimida, rindo e encontrando alegria nas pequenas coisas da vida. Sei que isso não será duradouro, mas mesmo assim foi bom escutar uma voz mais otimista (... ou resignada...) . Caty deve estar na fase de aceitação.

O fim de semana foi gostoso apesar do resfriado de Neal. De manhã passeamos pela Vila Madalena, com ruas íngremes, lojinhas às mais diversas e um clima à la Montparnasse tropical. Restaurantes donde emanam cheiros dos mais variados temperos, rodas de samba que se abrem logo após o almoço...

Como o brasileiro é criativo! Quanta coisa bonita nas lojinhas de artesanato! Preciso voltar lá noutro dia, quando o Neal estiver mais disposto a caminhar. É gostoso conversar com os "vilamadalenses", ver o que fazem, gente do bem...

À tardinha fui com Miriam, vizinha e amiga, ver um filme imperdível: "Fred e Elsa". A história de amor de dois velhinhos que se conhecem quando estão com cerca de 80 anos. O filme poderia facilmente ter enveredado por uma seara de pieguice, mas em momento algum isso aconteceu. Uma espécie de comédia, mas com momentos tocantes, o que torna o filme simplesmente adorável.

Domingo foi meu aniversário. Pois é... para quem não sabe, completei 63 anos. Foi bom acordar com um beijo de parabéns do Neal. Dele ganhei um vale presente da Livraria Cultura e flores com um cheiro delicioso. Bibinha então com aquela voz de menina me telefonou de Londres... Mais tarde, Joaninha acordou e ganhei mais seis livros! Ela conhece bem meu gosto e acertou em cheio. Mais tarde Charles veio nos visitar e ... lá recebi eu mais um vale presente para escolher o que quiser na Livraria Cultura. Ah... e no dia seguinte recebo um e-mail da minha sogra e cunhados, enviando mais um "gift certificate" da Amazon Books. Meu Deus, agora tenho com o que me divertir por um longo tempo.

Joaninha, Neal e eu fomos almoçar no Applebees e estava delicioso. Daí, voltamos para casa, enfurnei-me no sofá e fiquei lendo "Diário de um fescenino” de Rubem Fonseca. MUITO bom! Recomendo a quem ainda não leu. Enfim, é impossível se sentir infeliz quando rodeada por tanta gente amada e tendo momentos tão bons.

Aiaiai, chego até a estar melosa.

Hoje, terça-feira... acabo de almoçar com amigas (Lucia Haddad, Sonia Violeta e Jo) no Jardim Aurélia. Companhia agradável, comida gostosa, papo interessante... Que posso querer mais? Agora, resta-me organizar esta escrivaninha, fazer uma lista do que levar para a viagem e voar para Portugal, onde me encontrarei com meu bebezão. Tanta coisa boa acontecendo na minha vida que chego a perder o fôlego.

Reparo que quando estamos felizes escrevemos de forma mais superficial, praticamente como um diário de bordo, talves chegando a ser desinteressante. Será que a profundidade, a capacidade de melhor exprimir nossos sentimentos ocorre mais facilmente, ou é mais comum, em momentos de introspecção, tristeza, aflição ou nostalgia?

De Portugal ou da Inglaterra devo mandar notícias....

Fui!

2 comments:

Anonymous said...

Oi Lúcia,
Que legal saber que vc está bem e fiquei contente que a Cati está um pouco melhor. Que a viagem seja muito boa e proveitosa em todos os sentidos. Vc merece.
Bjs,
Charles

LuSinger said...

Obrigada ChaRLÃO!